O motor que empurra a Baja

07 março 2020

Há muito que o Automóvel Club de Portugal queria regressar ao litoral alentejano e organizar uma baja. Os cenários naturais, as gentes, a gastronomia, o bem-receber e um terreno praticamente único no País, em que areia, estradões, vales e serras se conjugam de forma peculiar são apenas algumas das premissas garantidas à partida.

Mas… se para o imenso público que se acumulou nas curvas arenosas da nova BP Ultimate Baja TT ACP Santiago do Cacém / Grândola, movido pela paixão à modalidade, pela adrenalina e pelo espetáculo que Carros, Motos, Quads e SSV proporcionam foi chegar, estacionar, viver a Baja, arrumar a tralha e regressar a casa… para a organização da prova, nem tanto.

Numa breve conversa com Jaime Santos, Diretor de Prova Adjunto, “foi uma entrada a fundo” nas imensas curvas e contracurvas do que efetivamente significa preparar, organizar e realizar esta nova prova do ACP.

“Foi preciso bater muito chão para se definir o percurso,” sendo esta, nas palavras de Jaime Santos, “talvez a mais difícil das tarefas!” Obviamente que o apoio das Câmaras Municipais de Santiago do Cacém e de Grândola era “imprescindível e foi a sua política de proximidade que permitiu chegar aos proprietários dos terrenos privados integrantes na prova!” Tendo esta questão alinhada foram horas e horas de reconhecimento e planeamento para se definir troços demonstrativos das qualidades do terreno que paralelamente permitissem criar bons desafios às máquinas e capacidades de pilotagem das equipas.

“Havia também algo muito português, a memória do que não se gostou, e a “pegada” deixada pelas passagens do Dakar fez com que questões como a definição dos troços ou acessibilidade do público a zonas espetáculo fosse mais desafiante!” Mas ultrapassadas estas e outras questões, logo outras se levantam.

“Além de todo o planeamento de organização, que integra ainda as forças de segurança pública, bombeiros, proteção civil e as mais de 80 equipas multidisciplinares do ACP”, foi necessário lidar com questões tão dispares como “estarmos em terrenos onde existem gasodutos e oleodutos, os quais foi necessário ter sempre em conta, fosse para acessibilidades ou prova.”

Associado a isto, “todo o processo logístico de preparação da prova, marcações, sinalização, estruturas de som, vídeo, pórticos, credenciações, secretariado, imprensa e protocolo com as entidades do poder local.”

São milhares os detalhes e procedimentos que permitiram fazer regressar o TT ao litoral alentejano e só assim é possível a si que veio assistir, chegar, estacionar, viver a Baja, arrumar a tralha e regressar a casa.

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