Miguel Barbosa escolheu a BP Ultimate Baja TT ACP – Santiago do Cacém / Grândola para regressar, de forma consistente, ao Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno e em boa hora o fez. O já sete vezes campeão nacional entrou em prova para concretizar a candidatura ao oitavo título e fê-lo de forma expressiva. Ao volante de uma Toyota Hilux, venceu a primeira edição da nova prova de TT organizada pelo Automóvel Club de Portugal.
Miguel Barbosa sabia que, para entrar nas contas pelo campeonato de 2020, precisava de começar com um bom resultado. A prova organizada em Santiago do Cacém e Grândola era uma novidade no campeonato. As pistas maioritariamente compostas por areia apresentavam um desafio extra à caravana do TT em Portugal.
Com experiência neste tipo de pisos, Miguel Barbosa entrou de rompante. Navegado por Pedro Velosa, estabeleceu o melhor tempo no prólogo. A rapidez evidenciada não foi sol de pouca dura. A dupla da Toyota Hilux preparada pela Overdrive foi mais rápida em todos os momentos da corrida e completou os quase 380 quilómetros - 242 quilómetros em sectores cronometrados - no lugar mais alto do pódio.
“Melhor era impossível. Ganhámos os troços todos. Vencemos a prova, que era o nosso principal objectivo. Obtivemos a pontuação máxima. Cumprimos em pleno os nossos objectivos. Estou muito satisfeito por neste regresso ao TT voltar com uma vitória e logo desta forma. Quero dedicar esta vitória ao meu filho Miguel que faz anos”, afirmou Miguel Barbosa.
Em segundo ficou outro piloto com uma Toyota Hilux. João Ramos e Vítor Jesus recuperaram do problema da primeira prova do ano, em que desistiram, e obtiveram o primeiro pódio da época. O portuense, campeão nacional em 2018, teve alguns percalços no primeiro dia que o impediram, em condições normais, de ainda pensar na vitória. Ainda assim, termina a participação na BP Ultimate Baja TT ACP com uma prestação positiva.
“Neste fim-de-semana conseguimos atingir um bom resultado, o segundo lugar. É extremamente importante para o campeonato na medida em que a primeira prova foi uma grande infelicidade para nós pelo azar que tivemos. Tínhamos a ambição de ganhar. Começámos a perceber que o Miguel estava com um ritmo bastante forte. Fomos lutando. Na primeira e na segunda classificativas perdemo-nos, mas nada disso justifica que ele não tenha ganho. No dia de hoje, com a diferença que tínhamos, entrámos forte para não perdermos ritmo mas percebemos que não valia a pena arriscar dadas todas as condições e optámos por gerir a corrida para terminar no segundo lugar”, explicou João Ramos.
Quem também tinha entrado com o pé esquerdo no campeonato foi Alejandro Martins. O piloto do Mini JCW Rally não terminou a ronda de abertura da época e tinha como principal meta completar a distância na BP Ultimate Baja TT ACP. Com José Marques no lugar do co-piloto, Martins teve uma prova menos consistente mas que que terminou a crescer. Foi terceiro no prólogo e no primeiro sector selectivo, obteve o quinto melhor tempo em SS2 e fechou a competição com a segunda melhor marca no sector e o terceiro tempo na classificação geral.
“Foi uma boa prova. Quero dar os parabéns ao ACP por ter organizado esta corrida que tem uma configuração diferente das provas habituais. Acaba por dar mais interesse ao campeonato. Penso que, de um modo geral, toda a gente está satisfeita. Pessoalmente, diverti-me imenso. Fiz a corrida possível. Ontem não correu tão bem. Hoje correu melhor”, sublinhou Alejandro Martins para concluir com “os parabéns ao ACP por mais esta organização. Que continue assim.”
Na categoria T2, João Franco e Pedro Inácio, em Nissan Navara, foram quem melhor superou os desafios das pistas no litoral alentejano. Alexandre Ré e Pedro Ré, em Can-Am Maverick X3, foram os melhores em T3, enquanto Francisco Barreto e Sérgio Cerveira levaram a Nissan Navara ao lugar mais alto do pódio na categoria T8. Entre os concorrentes da Taça de Portugal de Todo-o-Terreno, os vencedores foram João Paulo Oliveira e Pedro Cação, em Nissan Terreno II.